
Com a proximidade do dia das crianças pensamos: de que forma poderíamos homenageá-las? Afinal, elas são especiais para nós e para o nosso trabalho.
Acreditamos que uma boa forma é valorizar e falar da importância da brincadeira nesta etapa da vida. Brincar é coisa muito séria!
Nos pegamos pensando: para onde foi o nosso brincar? Nossas escolhas não se dão ao acaso. Em nosso trabalho, brincamos muito e ajudamos muitas crianças a poderem brincar. O brincar tem um lugar de destaque no desenvolvimento delas: comunicação, socialização, auxilia a construção do pensamento, o processo criativo, entre outras coisas. Em contrapartida, muitas vezes escutamos: “Teu trabalho não cansa, passas brincando!”.
Mal sabem que brincar é coisa séria e demanda grande trabalho interno. É tarefa complexa, onde o sentimento de estar vivo se expressa tanto para a criança quanto para o adulto.
Percebemos que hoje nosso brincar se transformou, não é mais o mesmo da meninice, mas ainda temos muito dele.
A curiosidade nos leva adiante, impulsiona a novas descobertas, brincamos com as palavras ao ler e ao escrever, fazemos experimentos enquanto cozinhamos, algumas de nós, com pedaços de tecidos, constroem coisas novas que estavam guardadas na cabeça, outras pintam o sete e brincam com as cores ao colocá-las em mandalas, outras ainda dançam como eternas bailarinas.
Quem nunca brincou de casinha? Arrumar a louça e servir as comidinhas era o máximo! O prazer era enorme ao ver os agraciados se deliciarem com quitutes imaginários ou feitos de terra. Nada como retribuir o cuidado recebido. Hoje, este prazer pode ser rememorado ao fazer receitas que nos foram passadas.
Nos aperfeiçoamos com as lições lá de trás: aprendemos a tolerar frustrações com as tentativas e erros, entendemos que em alguns momentos faremos coisas sozinhas e em outros teremos ajuda do grupo. Outras vezes ainda brincaremos sós, ainda que tenha alguém ao nosso lado.
Repensar Infância por Bruna Detoni, Daniela Raskin, Desirée De Nardi Trois e Gabriela Filipouski